15.11.10

PLATAFORMAS COLABORATIVAS E REDES INFORMAIS


Plataformas Colaborativas e Redes Informais

Há um livro cuja leitura recomendo a toda gente antes de conversar sobre o futuro mais provável das sociedades humanas. Chama-se The End of Work, e foi escrito pelo economista Jeremy Rifkin, consultor de vários governos, entre os quais se conta o de José Sócrates. No essencial, este livro diz-nos que há um afastamento crescente entre o crescimento populacional e o número de pessoas necessárias a produzir tudo aquilo que consumimos e usamos. Ou seja, que a falta de empregos e o desemprego não só se tornaram variáveis estruturais e permanentes das sociedades tecnológicas globalizadas, como tende a aumentar em todo o mundo (China, Índia e Brasil incluídos) com consequências sociais potencialmente catastróficas, se entretanto as mesmas sociedades não souberem redesenhar os seus modos de vida.
Uma das respostas possíveis a esta tendência estrutural da sociedade global é a criação de um rendimento social universal, isto é, garantir a alimentação, abrigo e mobilidade a toda e qualquer pessoa do planeta, independentemente da sua idade, sexo, grau de instrução, ocupação e rendimento.
Outra das alternativas sugeridas passa pela criação de um vasto sector de economia social, baseado em redes colaborativas, locais e glocais, onde seja possível a troca directa de tempo por bens e serviços sem que tal implique necessariamente uma qualquer relação de exploração, ou acumulação capitalista (lucro).
Na realidade, estão já em marcha há alguns anos experiências sociais que envolvem formatos mais ou menos mitigados das suas duas alternativas mencionadas. Os regimes de voluntariado, os programas de responsabilidades social crescentemente adoptados pelas grandes empresas industriais e sobretudo financeiras, ou a criação local de moedas complementares, bancos de horas, instituições sociais de micro-crédito, clubes de trocas, etc. Falta, porém, uma teoria unificadora desta economia adaptativas em formação, sobretudo falta uma teoria construtiva capaz de lançar as bases universais de uma economia solidária tecnologicamente avançada e competitiva relativamente aos modelos falidos do Capitalismo especulativo, insensível e, em última análise, auto-destrutivo.
Os economistas tradicionais levaram demasiado tempo a perceber que o Capitalismo, insaciável na sua busca de mais-valias, acabaria por levar as sociedades ocidentais à beira do precipício económico, financeiro e sobretudo social. Só depois da queda estrondosa do Lehman Brothers, a maioria deles começou finalmente a duvidar da solidez do sistema financeiro ocidental. Em Portugal, o reconhecimento da crise, do estado lamentável da banca portuguesa, e sobretudo do gravíssimos problemas do nosso endividamento público e privado, foi criminosamente tardio. Boa parte dos portugueses acabaria por ser apanhada totalmente desprevenida.
A situação actual, vista da perspectiva cultural, que é a minha, implica uma mudança profunda dos modelos de criação, produção, consumo e usufruto culturais.
Implica, desde logo, que na reordenação radical que se impõe nas prioridades orçamentais do Estado, o sector cultural e criativo, ganhe claramente um outro protagonismo. A percentagem do Orçamento de Estado afecto à Cultura deveria subir imediatamente a 0,5% do PIB e caminhar na próxima década até aos 1%, obtendo boa parte das verbas necessárias a partir de uma racionalidade exigente noutros domínios orçamentais. Mas um tal incremento radical de meios não seria para manter o actual estado de coisas nos donínios cultural e religioso. Muito pelo contrário, a condição de aceitação social de uma aposta nova e radical nos sectores subjectivos da sociedade é a refundação dos seus próprios pressupostos e objectivos. E é aqui que a definição e estruturação das plataformas colaborativas e das redes informais tecnlogicamente assistidas viria a fazer toda a diferença. [António Cerveira Pinto]

1.11.10

POST2000TALKS


Após o enorme sucesso da primeira das POST2000TALKS, a Galeria Luís Serpa Projectos tem o prazer de anunciar a segunda Conversa, apresentando o Zoetrope DesignStudio no dia 23 Nov '10, Terça-Feira, pelas 18h30. As POST2000TALKS são organizadas por JA-PROJECT e think-tank NOGO, ambos sedeados em Lisboa, Portugal.

POST2000TALKS
POST2000TALKS é um ciclo de conferências que tem como tema a Arquitectura, iniciando-se em Lisboa, desde o Outono de '10, em paralelo com a Trienal de Arquitectura de Lisboa '10. O seu objectivo é evidenciar a troca de experiências de arquitectura a nível global. Os convidados representam a geração de jovens profissionais que iniciaram a sua prática de escritório/pesquisa a partir do ano 2000. O programa é definido por um alinhamento contínuo de Conversas, apresentações de projectos e bebates. POST2000TALKS é uma colaboração entre o JA-PROJECT e o think-tank NOGO, sendo acolhido pela Galeria Luís Serpa Projectos, todos sedeados em Lisboa.

CONVIDADOS
#2 Zoetrope DesignStudio [EUA] "PARAMETRICS IN PRACTICE"
23 Nov '10, Terça-feira, das 18h30 > 21h00

Zoetrope DesignStudio
"Fundado em 2008 pelos sócios Loren Supp e Daria Supp, o Zoetrope DesignStudio, sedeado em Nova Iorque, é uma prática de pesquisa em arquitectura. O atelier tem como base de trabalho a experimentação com técnicas de design emergentes e a sua aplicação numa prática contemporânea."

Antes de fundar o Zoetrope DesignStudio, Loren Supp e Daria Supp, obtiveram o Mestrado em Arquitectura na Universidade da Pennsylvania, EUA [2005]. Desde essa altura, ganharam diversos prémios, tais como o Prémio Paul Philipe Cret e o ASLA Prize Award of Merit, tendo trabalhado em vários ateliers de arquitectura internacionalmente reconhecidos, como o Bernard Tschumi Architect, Mecanoo Architecten, Lyn Rice Architects, Ennead Architects (ex Parceria Polshek) e Populous.


Conversas para 2011

#3 Isabelle Bentz & Marc Schmidt [Suiça] "CHOREOGRAPHY OF CHREODS"
25 Jan '11, Terça-feira, das 18h30 > 21h00

#4 West 8 [Países Baixos][apresentado por Christian Gausepohl] "PORTFOLIO"
22 Fev '11, Terça-feira, das 18h30 > 21h00

ONDE
Galeria Luís Serpa Projectos
Rua Tenente Raul Cascais 1B
1250-268 Lisboa

CONTACTOS
[+ 351] 91 639 27112
[+ 351] 96 255 7442

A ORGANIZAÇÃO
JA-PROJECT é um estúdio de Arquitectura, Design e Visualização 3-D sedeado em Lisboa. Foi fundado em 2010, por Jutta Rentsch e André Serpa numa parceria com O MUSEU TEMPORÁRIO, com o objectivo de combinar as práticas de Arquitectura, Design e Visualização 3-D, criando um processo transdisciplinar e uma estrutura open office. O conceito baseia-se em parcerias no âmbito das Indústrias Criativas e colaborações em curso com arquitectos e designers, tendo a Arquitectura e a Visualização 3-D como core business. O JA-PROJECT organiza e produz também eventos exposições como actividades de extensão. Dado que, antes de fundarem o JA-PROJECT, ambos os sócios trabalharam para ateliers de renome internacional, construíram ligações com muitos parceiros inovadores e criativos pelo mundo inteiro, expandindo, desta forma, o seu âmbito de intervenção.


NOGO THINK-TANK AND PROJECT ROOM é uma Plataforma para Arquitectura & Arte Contemporânea sedeada em Lisboa [Portugal]. O seu objectivo é a divulgação e exibição da nova produção no domínio das Artes Visuais e da Arquitectura Emergente a nível nacional e internacional. Através da sua transversalidade temática, NOGO propõe uma programação dinâmica e diversificada, produzindo exposições, visualizações, palestras e publicações de diferentes projectos artísticos, culturais, experimentais e de pesquisa. A sua estrutura é composta por um núcleo de comissários residentes, recebendo também convidados para eventos pontuais. Baseada numa filosofia de agregação transdisciplinar, NOGO procura estabelecer parcerias com outras entidades, plataformas e produtoras no âmbito das suas áreas de interesse. NOGO é uma marca registada e uma Associação Cultural sem fins lucrativos fundada por Pedro Duarte Bento em 2009.


O ANFITRIÃO
GALERIA LUÍS SERPA PROJECTOS foi fundada por Luís Serpa no início dos anos oitenta. Desenvolvida como modelo original de Galeria de Arte, foi considerada um case study por combinar sistematicamente a pintura, escultura, desenho, instalação, fotografia, vídeo, design e arquitectura. Contribuiu para a internacionalização de artistas como Cristina Iglésias, Juan Muñoz, José Maria Sicilia, Ferran Garcia Sevilla, Julião Sarmento, Pedro Cabrita Reis e Jorge Molder, entre outros. Reconhecidos artistas internacionais foram apresentados em Portugal tais como Leiko Ikemura, Joseph Kosuth, Gerhard Merz, Michelangelo Pistoletto, Gilberto Zorio, Hamish Fulton, Robert Wilson, Robert Mapplethorpe, Marie-Jo Lafontaine, Craigie Horsfield, Boyd Webb, John Coplans e/ou Cindy Sherman.

PARCEIROS
O MUSEU TEMPORÁRIO concebe, coordena e produz Conteúdos para Eventos ou para Equipamentos Culturais, colaborando com Galerias, Centros Culturais e Museus (em Portugal e no Estrangeiro), estabelecendo-se como um genuníno Centro Gerador de Ideias. Elabora, ainda, Planos Estratégicos em diversas áreas, colaborando con Entidades Públicas no âmbito da Revitalização Urbana e com Privados em Coaching Criativo. Para Museus e Centros de Arte, Conferências e Convenções, Feiras, Exposições e Espectáculos, Empresas e Organizações Públicas, disponibiliza apoio especializado e equipamento tecnológico avançado idealmente adequados à realização de qualquer projecto na área multimédia e audiovisual.

A INDUSCRIA é uma Plataforma Para as Indústrias Criativas [Antiguidades e Património, Artes Performativas e Entretenimento, Artes Visuais, Arquitectura, Cinema e Vídeo, Design, Escrita e Edição, Gastronomia, Moda, Música, Publicidade, Software Educacional e Lazer, Televisão e Rádio] destinada a lançar novos talentos e projectos inovadores, compatibilizando Arte, Tecnologia e Empreendedorismo.